Mariana e sua estante: Jogador N° 1

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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Jogador N° 1





No ano de 2044, o mundo real  está em uma terrível situação. Pobreza, recursos escassos, guerras por todos os lados. A única maneira de não ter que conviver com essa triste realidade é conectando-se ao OASIS - uma utopia virtual que permite que seus usuários sejam o que quiserem, tendo acesso a diversos lugares e pessoas. Um universo tão bem feito, que alunos reais podem estudar em escolas nessa realidade alternativa, não precisando assim, nem sair de casa.

"Era o despertar de uma nova era, na qual a maioria da raça humana passava todo o tempo livre dentro de um videogame."


Quando o criador e dono deste universo virtual, James Halliday, morre, deixa um enigma que levará os habitantes a um grande prêmio. Quem conseguir encontrar esse "ovo de Páscoa" será o novo dono do OASIS e herdará a imensa fortuna do falecido.

Wade Watts (que possui o avatar Parzival),  sempre passou mais tempo no mundo virtual do que no mundo real e logo se torna um caça-ovo (como são chamadas as pessoas que estão atrás do tesouro de Halliday), passando horas do dia tentando desvendar os mistérios que podem levá-lo ao grande prêmio. Os enigmas deixados são baseados na cultura pop dos anos 80, época em que o criador adorava. Então, não só Wade, mas toda a sociedade passa a ouvir músicas, assistir filmes e jogar games dessa época, com a esperança de encontrar alguma pista.

Anos se passam e ninguém encontra nada, fazendo com que muitos percam a fé no desafio. Bem, isso até que a primeira chave, que leva ao primeiro desafio é encontrada. E quem consegue este feito é Wade. 

A partir desse ponto temos o início de uma grande disputa, e logo mais jogadores entram no páreo. Alguns são amigos de Wade (apesar de não estarem jogando em equipe) e outros mostram-se inimigos terríveis que estão dispostos a tudo para ter o controle do OASIS. Só uma coisa é certa: essa não será uma tarefa nada fácil para ninguém.



Jogador n°1 é um livro que conseguiu me conquistar em muitos aspectos. Em primeiro lugar, adorei as inúmeras referências culturais aos anos 80. Diversos filmes, seriados jogos e músicas são citados durante a leitura. Ficava maravilhada quando algo que eu gosto era mencionado. As referências que eu ainda não conhecia, acabaram tornando-se ótimas dicas que deixei anotadas para ler/assistir/jogar quando tiver tempo.


Isso também acabou tornando a leitura muito interativa, pois acabava que eu tinha que interromper a leitura em alguns momentos para pesquisar informações (geralmente só imagens) sobre o que estava sendo citado. Óbvio que isso não era necessário, mas achei interessante pelo fato de poder "visualizar" com mais clareza o ambiente em que o personagem se encontrava.

Um dos aspectos da leitura que achei mais instigante, foi o fato de não conhecermos, a princípio, a maioria dos personagens na sua forma real. Ou seja, conhecemos apenas os avatares dos outros jogadores utilizados no OASIS. Assim, fiquei imensamente curiosa, pois o personagem principal não tinha como saber como eram os seus amigos realmente. Afinal, as pessoas podem usar qualquer forma para criar seu avatar e claramente, a maioria das pessoas não quer ser como realmente é. Até o próprio Wade, que pelo menos no início da leitura se descreve como gordo e cheio de espinhas, tem seu avatar, Parzival, numa versão bem melhorada, onde ele é mais alto, musculoso, etc.

"(...)Eu havia criado  o rosto e o corpo de meu avatar bem semelhantes aos meus. O avatar tinha apenas o nariz um pouco menor que o meu e era mais alto. E mais magro. E mais musculoso. E não tinha as típicas espinhas adolescentes. Mas, tirando esses detalhes, nós dois éramos mais ou menos idênticos."


Se eu estava curiosa quanto ao aspecto real dos personagens, imagine o pobre do Wade que se apaixona por uma garota, Art3mis, aparentemente perfeita e tem plena consciência de que ela pode ser na verdade uma velha ou até mesmo um homem. Wade não nunca conheceu pessoalmente nem seu melhor amigo, Aech, que já conhece há anos dentro do OASIS. E não vou negar que a revelação sobre o verdadeiro aspecto de um personagem em especial, me surpreendeu bastante.

Quanto ao que não gostei nesse livro, posso dizer que durante a leitura existem momentos bem cansativos, com longas descrições (ás vezes desnecessárias) sobre como funciona o OASIS e como é pertencer a esse mundo virtual. Dessa forma, existem longos momentos sem diálogos. Pelo menos, o livro é escrito em primeira pessoa, narrado sob o ponto de vista de um personagem carismático, amenizando assim momentos que poderiam ser ainda mais monótonos.

O final do livro também não conseguiu me agradar totalmente. Não é que o fim tenha sido ruim, mas achei que foi rápido demais. Preferia se tivessem acontecido mais coisas.

De forma geral, gostei muito da leitura e recomendo a todos aqueles que curtem jogos virtuais, amam os anos 80 ou simplesmente adoram tudo relacionado à cultura geek.


Autor: Ernest Cline
Titulo: Jogador n° 1
Título original: Ready Player One
Editora: Leya
Ano: 2012
Número de páginas: 462
Classificação da Mari: 4 estrelas



2 comentários:

  1. Nossa, sempre que leio resenhas deste livro me sinto tentada a comprar, mas me seguro por não poder gastar.
    Bom saber que há alguns pontos negativos, isso faz com que eu não leia o livro esperando que ele seja perfeito por completo. Isso muitas vezes faz com que eu goste bastante do livro.
    Beijos.

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